A Pragma foi fundada por um grupo de católicos em 11 de Abril de 1964, data propositadamente escolhida por nela se comemorar o primeiro aniversário da publicação da encíclica Pacem in Terris. Ao elegerem esta espécie de “patrocínio”, esses católicos deram um sinal do que os movia. A Pacem in Terris tinha sido para eles um reconforto, uma tábua de salvação. Passaria a ser também um meio de pressão.
Constituíram a Pragma como uma “Cooperativa de Difusão Cultural e Acção Comunitária”, o que concretizou os objectivos que se propunham e, simultaneamente, permitiu que tirassem partido de uma lacuna legislativa: as cooperativas não tinham sido abrangidas pelas limitações impostas ao direito de associação e, por essa razão, nem os seus estatutos eram sujeitos a aprovação legal, nem a eleição dos seus dirigentes a ratificação pelas entidades governamentais. Forçando uma porta entreaberta por um lapso do poder, os fundadores da Pragma puseram mais uma peça no puzzle da oposição ao regime – cuidadosa e imaginativamente.»
«A história da Pragma é uma bela história. Ela ilustra bem alguns ambientes da última década do fascismo. Mobilizou muita gente, abriu horizontes, influenciou muitos jovens que foram chamados para combater na guerra colonial – alguns desertaram, outros tiveram um papel activo, como milicianos, na alteração de mentalidades, e na preparação do 25 de Abril.»
Excertos de A cooperativa Pragma – uma boa ideia e uma bela história, in Joana Lopes, Entre as Brumas da Memória – Os Católicos Portugueses e a Ditadura, Âmbar, Lisboa, 2007, p.61 e p.79.
Constituíram a Pragma como uma “Cooperativa de Difusão Cultural e Acção Comunitária”, o que concretizou os objectivos que se propunham e, simultaneamente, permitiu que tirassem partido de uma lacuna legislativa: as cooperativas não tinham sido abrangidas pelas limitações impostas ao direito de associação e, por essa razão, nem os seus estatutos eram sujeitos a aprovação legal, nem a eleição dos seus dirigentes a ratificação pelas entidades governamentais. Forçando uma porta entreaberta por um lapso do poder, os fundadores da Pragma puseram mais uma peça no puzzle da oposição ao regime – cuidadosa e imaginativamente.»
«A história da Pragma é uma bela história. Ela ilustra bem alguns ambientes da última década do fascismo. Mobilizou muita gente, abriu horizontes, influenciou muitos jovens que foram chamados para combater na guerra colonial – alguns desertaram, outros tiveram um papel activo, como milicianos, na alteração de mentalidades, e na preparação do 25 de Abril.»
Excertos de A cooperativa Pragma – uma boa ideia e uma bela história, in Joana Lopes, Entre as Brumas da Memória – Os Católicos Portugueses e a Ditadura, Âmbar, Lisboa, 2007, p.61 e p.79.
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