
SEDE NACIONAL DA ORDEM DOS ARQUITECTOS
TRAVESSA DO CARVALHO 23, LISBOA
CONTRIBUTO PARA A ELABORAÇÃO DE UM “ROTEIRO DA MEMÓRIA E DA RESISTÊNCIA DA CIDADE DE LISBOA”
TRAVESSA DO CARVALHO 23, LISBOA
CONTRIBUTO PARA A ELABORAÇÃO DE UM “ROTEIRO DA MEMÓRIA E DA RESISTÊNCIA DA CIDADE DE LISBOA”
Lisboa, à imagem do país, teve ao longo dos 48 anos de ditadura fascista um longo percurso de momentos e locais que conduziram ao 25 de Abril de 1974:
MOMENTOS COMO AS GREVES DE 42 (estivadores, Carris, construção naval); as greves dos tanoeiros, da construção naval e outras (1947, 1950 e anos seguintes); os assassínios de Militão Ribeiro (1949), José Moreira (na PIDE, em 1950), Raul Alves (na PIDE, em 1958), Dias Coelho 1961), Fineza (1962), Ribeiro dos Santos (1972), e os mortos do 25 de Abril na António Maria Cardoso (1974); o atentado a Salazar; a preparação da “revolta da Sé” (1959);
LOCAIS DE TORTURA nas esquadras de polícia (antes de 1945) e na sede da PIDE na António Maria Cardoso; locais de prisão como o Aljube, a Penitenciária e as Mónicas; locais de destruição como a Sociedade Portuguesa de Escritores; locais de (in)“Justiça” como o Tribunal Plenário;
MANIFESTAÇÕES, AS GRANDES manifestações do “fim da guerra”, pró-aliados e de unidade anti-fascista (1945); manifestações e greves estudantis pelos mais diversos motivos (1945, 1947, 1952, 1957, 1962 e 1969); manifestações e repressão nas comemorações do 5 de Outubro; a recepção a Humberto Delgado em Santa Apolónia (1958); as manifestações do 1.º de Maio (nomeadamente em 1962); a fuga de Henrique Galvão do Hospital Santa Maria (1959); as diversas fugas do Aljube, do Porto, de Caxias e de Peniche; as veladas e vigílias pela paz e contra a guerra (S. Domingosem 1969 e Capela do Rato em 1972);
e finalmente o 25 de Abril, no Terreiro do Paço, no Carmo e na cidade inteira; e o 1.º de Maio da alameda ao estádio da “FNAT”.
A estes marcos da nossa História recente correspondem homens e espaços reais que (já) são hoje locais e momentos da nossa memóriacolectiva.
Em Outubro de 2005, uma manifestação de cidadãos junto da ex-sede da PIDE – que foi o centro da organização e funcionamento da repressão – exigiu que ali fique assinalada a memória deste sinistro local: aqui nasceu o Movimento Cívico Não Apaguem a Memória que acordou, com a Câmara Municipal de Lisboa e o promotor imobiliário, na existência de um espaço museológico que, homenageando o Povo de Lisboa e o Povo Português, recordando o que de infame ali se passou, virá a integrar um futuro “Roteiro da Memória e da Resistência da Cidade de Lisboa”.
ESTA INICIATIVA CONJUNTA DO NÃO APAGUEM A MEMÓRIA E DA ORDEM DOS ARQUITECTOS PRETENDE DINAMIZAR ESTA QUESTÃO, NA SEQUÊNCIA DA RECENTE DISCUSSÃO NA ASSEMBLEIA DA REPÚBLICA QUE RECOMENDA O APOIO A INICIATIVAS DAS AUTARQUIAS E DA SOCIEDADE CIVIL A PROGRAMAS DE MUSEALIZAÇÃO QUE APROVEITEM EDIFÍCIOS QUE SEJAM HISTORICAMENTE IDENTIFICADOS COMO RELEVANTES NA RESISTÊNCIA À DITADURA.
Fica um apelo:
Que os “Espaços da Memória – repressão, resistência e liberdade” – não sejam destruídos, antes sejam preservados com a ajuda e colaboração de todos.
Que os compromissos assumidos pelo Não Apaguem a Memória, pela Câmara Municipal de Lisboa e pelo promotor imobiliário sejam respeitados e cumpridos.
Que os “Espaços da Memória – repressão, resistência e liberdade” – não sejam destruídos, antes sejam preservados com a ajuda e colaboração de todos.
Que os compromissos assumidos pelo Não Apaguem a Memória, pela Câmara Municipal de Lisboa e pelo promotor imobiliário sejam respeitados e cumpridos.
NA OCASIÃO É LANÇADO UM ÁLBUM DE SERIGRAFIAS DE NUNO TEOTÓNIO PEREIRA, “DESENHOS DE ARQUITECTURA”, PRODUZIDAS PELO CENTRO PORTUGUÊS DE SERIGRAFIA
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