quarta-feira, 28 de maio de 2008

Conferência - «Humberto Delgado, o general sem medo»

O Núcleo do Porto da Associação Movimento Cívico «Não Apaguem a Memória!» tem vindo a desenvolver acções visando a preservação da memória histórica dos combates pela liberdade e pela democracia.

A próxima iniciativa, com apoio do Pelouro da Cultura da Câmara Municipal do Porto, terá lugar no dia 30 de Maio (sexta-feira), no Palacete dos Viscondes de Balsemão (Praça Carlos Alberto), a partir das 21.30 h.

Numa sessão comemorativa dos 50 anos da campanha eleitoral de 1958, o professor Doutor Fernando Rosas proferirá a conferência intitulada Humberto Delgado, o general sem medo.

PORTO
30 de Maio de 2008 – 21.30 h
Palacete dos Viscondes de Balsemão
Praça Carlos Alberto, 71

terça-feira, 27 de maio de 2008

«Estado de Excepção»


(Clique para aumentar)


Dia 29 de Maio, quinta-feira, 21 horas, Fábrica Braço de Prata, em Lisboa.

Exibição do documentário Estado de Excepção, de Ricardo Seiça Salgado
seguida de conversa com Ricardo Seiça Salgado, Hélder Costa e Miguel Cardina


Estado de Excepção (Ricardo Seiça Salgado, 2007) - Documentário realizado a partir de um projecto etnohistórico sobre o CITAC (Circulo de Iniciação Teatral da Academia de Coimbra), desde que é constituído em 1956 até ao rescaldo da revolução de 1974. É a história do grupo de teatro universitário, do Teatro em Portugal e, através dela, de duas décadas marcantes da História de Portugal. A partir da Academia de Coimbra, reproduz-se a vida estudantil, a censura e a luta contra um regime que se esgotava e as contradições depois da revolução democrática, o papel da mulher da sociedade e o sentido de estar e ser no mundo.

sexta-feira, 23 de maio de 2008

Memória na Assembleia da República

Hoje, no Diário de Notícias:

Cadeia do Aljube recebe Museu da Resistência

Por SUSETE FRANCISCO

Proposta. Roteiro Nacional da Liberdade e da Resistência subscrito por todos os partidos

As instalações da antiga cadeia do Aljube, em Lisboa, devem ser reconvertidas na sede de um Museu da Liberdade e da Resistência - centro de uma rede museológica que reuna edifícios historicamente ligados ao combate à ditadura.

Esta é uma das propostas de um projecto assinado por todos os partidos com assento parlamentar, que recomenda ao Governo várias medidas no sentido de preservar a memória da resistência à ditadura e do combate pela democracia. "É chegado o momento de tomar medidas efectivas", refere o documento, sublinhando que esta é uma "obrigação política do Estado e dos órgãos eleitos no âmbito do regime político legitimado pela revolução de 25 de Abril de 1974".

Intitulado "Divulgação às futuras gerações dos combates pela liberdade, pela resistência à ditadura e pela democracia", o projecto propõe a criação de um Roteiro Nacional da Liberdade e Resistência, através dos "lugares e de edifícios-símbolo considerados de interesse nacional". Uma iniciativa que deve ser estendida ao plano regional, refere ainda o texto, propondo também a edificação de um memorial em Lisboa, que "como monumento público exprima a homenagem e o reconhecimento nacionais ao combate cívico e à resistência em prol da liberdade e democracia."

Apoio à investigação sobre o período do Estado Novo e promoção da história contemporânea portuguesa nos currículos escolares são outras medidas previstas, num texto que recomenda ainda uma política de cooperação com as ex-colónias, que permita a preservação do património "de luta comum pela liberdade" - caso em que é apontado o campo de concentração do Tarrafal, em Cabo Verde.

O projecto surge na sequência de uma petição do movimento "Não Apaguem a Memória" (ver caixa ao lado) , uma iniciativa de um conjunto de cidadãos, motivada pelo protesto contra a transformação da antiga sede da PIDE, em Lisboa, num condomínio de luxo. A petição foi discutida em plenário em Março de 2007, e depois retomada pelo deputado socialista Marques Júnior. Após vários meses de negociações com todos os partidos, o documento final, consensual (o PCP tinha um projecto próprio, que deverá agora retirar) foi entregue quarta-feira na mesa da Assembleia da República.

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E no Jornal de Notícias:

PS quer manter memória da luta antifascista

Por Alexandra Marques

Um Museu da Liberdade que seja instalado na cadeia do Aljube, em Lisboa, como sede de uma rede de núcleos museológicos, e um Museu da Resistência a ficar sediado na Fortaleza de Peniche, são duas das propostas do projecto de resolução subscrito pelo socialista Marques Júnior, para que se seja perpetuada a memória do 25 de Abril de 1974.

A iniciativa legislativa destes socialistas é justificada, logo no início do texto, como sendo um contributo "para uma política de preservação da memória relativamente à resistência, à ditadura e aos combates pela liberdade e pela democracia" em Portugal.

Proposta é também a criação de um roteiro nacional da liberdade e da resistência, para estar junto dos lugares e de edifícios-símbolo de interesse nacional, no âmbito da resistência anti-fascista entre os quais se contam "os que são referências importantes na vitória da Revolução de 25 de Abril de 1974".

Para evitar que monumentos ligados ao combate ao regime do Estado Novo se continuem a degradar, acentuando-se o risco de ruína a médio prazo, o deputado do PS, Marques Júnior propõe ao Governo "a adopção de medidas de preservação.

E em certos casos, mesmo "de aproveitamento como espaços de conservação, investigação e divulgação da memória histórica". Além do "apoio a programas de investigação em História, Sociologia, Economia e áreas afins" que estudem o período contido entre Maio de 1926 e Abril 1974.

Preservar o Tarrafal

Das pretensões do diploma faz ainda parte a edificação, através de uma articulação com a Câmara Municipal de Lisboa (presidida pelo socialista António Costa), de um Memorial aos combatentes pela liberdade, na capital portuguesa.

Os socialistas querem desta forma que este memorial seja o um monumento público que, de forma permanente, "preste a homenagem e o reconhecimento ao nacionais ao combate cívico e à resistência em prol da liberdade e da democracia".

O diploma sugere ainda que o Governo accione uma cooperação com os países lusófonos africanos para a preservação do património comum na luta pela liberdade, como acontece com o campo de concentração do Tarrafal, em Cabo Verde.

domingo, 18 de maio de 2008

Eleitos os órgãos sociais do NAM

A assembleia eleitoral para as primeiras eleições da associação Movimento Não Apaguem a Memória (NAM) decorreu ontem, na sua sede provisória na Rua da Emenda nº 107, (nas proximidades da Praça Luís de Camões e do Chiado).
Com 178 votos a favor, 10 votos em branco e 22 que a mesa eleitoral considerou nulos (votos por correspondência em que, contrariando as indicações, o eleitor colocou no mesmo envelope a cópia do BI e o boletim de voto) foi eleita a única lista que se submeteu ao voto. Notícia RTP e Visão.

Órgãos sociais eleitos:

Direcção

Presidente – Raimundo Narciso
Vice-Presidente – Lúcia Ezaguy Simões
Secretário – Jorge Martins
Tesoureira – Joana Lopes
Vogal – Diana Andringa
Vogal – Irene Pimentel
Vogal – Manuela Almeida

Assembleia Geral

Presidente – Isabel Patrício
Secretário – Rui Ferreira
Secretário – João Caixinhas

Conselho Fiscal

Presidente – Sérgio Parreira de Campos
Vice-Presidente – Joaquim Soares
Secretário – José Hipólito dos Santos

O programa eleitoral está aqui: [link]

O NAM visto do Expresso

Uma semana antes das primeiras eleições da associação Movimento Não Apaguem a Memória (NAM), o Jornal Expresso publicou, em 10 de Maio de 2008, um artigo de José Pedro Castanheira que fazia um balanço do período em que decorreu a discussão, decisão e preparação da passagem deste movimento a associação.

Eis o texto:

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A lista única que se apresenta ao sufrágio de dia 17 está longe de significar uma unidade entre os membros da Associação Movimento Cívico Não Apaguem a Memória, conhecido pela sigla NAM. Os últimos meses foram marcados por alguma divisão e mesmo agitação, patente na abundante troca de «e-mails» que se verificou na rede informal que põe em contacto as várias centenas de filiados.

As primeiras divergências revelaram-se no plenário de 23 de Outubro do ano passado, na Associação 25 de Abril. Em causa estava a transformação do movimento em associação, com o que implicava de elaboração de estatutos e de eleição de corpos gerentes. Um grupo de associados defendeu que o NAM deveria preservar as suas características informais de movimento, com que nascera em 2005. Esta tese foi derrotada e o movimento passou mesmo a associação, por 37 votos contra sete. Uma proposta de comissão instaladora colheu a unanimidade dos presentes. A sugestão partiu de Raimundo Narciso, um militante do PS que, nos anos noventa, fora expulso do PCP, onde se distinguira como principal quadro da Acção Revolucionária Armada (ARA).

Um segundo plenário, a 23 de Fevereiro, discutiu o projecto de estatutos. As divergências voltaram ao de cima e surgiram mesmo duas listas para a nova comissão instaladora. Foi dispensada a contagem de votos, tendo ganho, por expressiva maioria, a lista apresentada de novo por Narciso. Dela faziam parte Vítor Santos e Fernando Vicente, inscritos no PCP, partido que se tem demarcado do NAM, até porque controla uma associação com objectivos semelhantes, a URAP (União dos Resistentes Antifascistas Portugueses). Santos e Vicente são dois ‘históricos’ da Festa do Avante!, alinharam com os ‘Renovadores’, mas não saíram do PCP.

Na preparação das eleições, chegou-se à ruptura. Não sem que, antes, tivesse havido uma negociação entre os “dois grupos” — terminologia utilizada por Raimundo Narciso, mas rejeitada por Fernando Vicente. Os dois encontraram-se para tentar uma lista de consenso. Narciso explicou que, após várias versões de lista, sugeriu que cada grupo indicasse metade dos elementos. “Infelizmente esta solução foi recusada e não havia mais nada a fazer”, lamenta.

Vicente, por sua vez, considera que “um movimento cívico deve incluir e não excluir. Ora, parece que alguns têm a preocupação de afastar os comunistas”. Com efeito, a lista única não inclui ninguém do PCP — ainda que existam vários ex-comunistas, como o próprio Narciso, candidato a presidente da direcção, e Manuela Almeida. Aliás, a lista está cheia de ex-militantes de partidos da extrema-esquerda:

Jorge Marfins (LCI), Diana Andringa (MRPP), João Caixinhas (UDP), Joana Lopes (PRP). Subscrevem-na 46 sócios, onde avulta o nome de Edmundo Pedro, um dos principais entusiastas do NAM. A beira de completar 90 anos, o ex-tarrafalista e militante do PS não hesitou em fazer numerosas viagens para angariar apoiantes. Realce ainda para António Arnaut (ex-grão-mestre da Maçonaria). Vera Jardim (PS) e Fernando Rosas (BE). De fora ficaram alguns importantes ‘fundadores’ do NAM, com destaque para os ‘capitães de Abril’ Duran Clemente e Martins Guerreiro, também eles conotados com o PCP.

JOSÉ PEDRO CASTANHEIRA
jpcastanheira@expresso.pt

sábado, 17 de maio de 2008

Colóquio comemorativo das Eleições Presidenciais de 1958 - Humberto Delgado, 50 Anos Depois - 20 de Maio de 2008

O Centro de Estudos de História Contemporânea Portuguesa do ISCTE e a Fundação Humberto Delgado têm o prazer de convidar V. Ex.ª a participar no Colóquio Humberto Delgado. 50 Anos Depois: História e Memória, comemorativo das Eleições Presidenciais de 1958, que terá lugar no próximo dia 20 de Maio de 2008 no Auditório Afonso de Barros do Instituto Superior de Ciências do Trabalho e da Empresa (Ala Autónoma).

Paralelamente decorre no ISCTE uma exposição fotográfica intitulada Humberto Delgado, o General sem medo.

Humberto Delgado. 50 Anos Depois: História e Memória
Cinquentenário das Eleições Presidenciais de 1958

ISCTE – Auditório Afonso de Barros
20 de Maio de 2008

Organização: Centro de Estudos de História Contemporânea Portuguesa Fundação Humberto Delgado
Apoio: Fundação para a Ciência e a Tecnologia Fundação Luso-Americana para o Desenvolvimento Instituto Superior de Ciências do Trabalho e da Empresa


«Empenhei nesta batalha a minha vida, as minhas estrelas de general e toda a minha alma de patriota»
General Humberto Delgado, 14 de Maio de 1958

Programa
9H30 - Sessão de Abertura
10H00 -
Eleições em Tempo de Ditadura
«As Eleições de 1958 e o seu impacto no Estado Novo», Luís Nuno Rodrigues (CEHCP-ISCTE)
«Quem tem a tropa? Os militares e as Eleições de 58», Telmo Faria (Historiador, Presidente da C.M. Óbidos)
«Eleições de 1958 no “Arquivo de Salazar”», Dalila Cabrita Mateus (CEHCP-ISCTE)
11H15 - Pausa
11H30 - Eleições em Tempo de Ditadura (cont.)
«Humberto Delgado teria um plano para África?», Carlos Pacheco (Fundação Humberto Delgado) «Eleições e oposição: o “Terramoto Delgado” visto de Espanha», Juan Carlos Jimenez Redondo (Univ. CEU e UNED - Madrid)
«A calma antes da tempestade. A posição internacional do Estado Novo em finais da década de 1950», Pedro Aires de Oliveira (FCSH-UNL)
12H45 - Pausa para almoço
14H30 - Excertos de Vida em Imagens
Evocação Iconográfica de Humberto Delgado
Frederico Delgado Rosa (Fundação Humberto Delgado)
15H00 - Memória Individual da Liberdade
Testemunhos de: António Melo (jornalista); Alcino Soutinho (arquitecto); António Brotas (professor do IST); Fernando Dacosta (escritor); José Aurélio (escultor)
16H30 - Pausa
16H15 - Memória Individual da Liberdade (cont.)
Testemunhos de: Maria Antónia Palla (jornalista); José Costa Martins (coronel piloto aviador FAP); Lauro António (cineasta); Maria da Luz Veloso (jurista); Silas Cerqueira (sociólogo)
18H15 - Encerramento

CENTRO DE ESTUDOS DE HISTÓRIA CONTEMPORÂNEA PORTUGUESA
Ed. ISCTE – Avenida das Forças Armadas 1649-026 Lisboa
Tel: 21 790 30 94 Fax: 21 790 30 14 E-mail: cehcp@iscte.pt

terça-feira, 13 de maio de 2008

Um texto de Edmundo Pedro

Edmundo Pedro deveria estar a participar hoje, 13 de Maio, em Berlim, num Forum de Jovens Europeus, dedicado à preservação da Memória Histórica.

Foi para tal convidado a título pessoal, dado o seu passado de resistente, mas não deixaria de sublinhar o seu profundo empenhamento como membro da Associação Movimento Cívico «Não Apaguem a Memória».

Porque uma ligeira gripe o reteve em Lisboa, enviou a comunicação que a seguir transcrevo, dado o interesse que todos terão em conhecê-la.

N. B. - O original foi escrito em francês, eu própria traduzi-o para português.


Ao Forum da juventude europeia, reunido em Berlim, em 13 de Maio de 2008.

Para uma reflexão sobre os problemas ligados à preservação da Memória Histórica.

Meus caros jovens europeus,

Gostaria muito de estar convosco na abertura do vosso Forum que se reveste de uma actualidade e de uma importância fundamentais. Infelizmente, por razões de saúde, não me é possível corresponder ao vosso convite estando presente em Berlim.

No fim da minha longa vida, a participação num iniciativa deste tipo, como membro de uma associação que foi criada, no meu país, precisamente para a preservação da memória da resistência ao regime totalitário de Salazar – que tem o nome de «Não Apaguem a Memória» –, a minha participação na vossa reunião, repito-o, teria representado, para mim, um momento cheio de significado. Teria tido a oportunidade de apresentar um testemunho vivo do que foi, em Portugal, o regime totalitário inspirado pelo nazismo. A repressão não atingiu, no meu país, os aspectos dantescos, quase inconcebíveis, que caracterizaram o regime hitleriano. Mas, apesar disso, conhecemos a experiência concentracionária inspirada pelo modelo nazi, com tudo o que ela representou de humilhação e de degradação da condição humana.

Eu próprio – como tive a oportunidade de contar àqueles de vós que estiveram em Portugal – estive preso num campo de concentração quando tinha dezassete anos. Fui libertado no fim da segunda guerra mundial, com vinte e sete. Se Hitler tivesse ganho a guerra, o mais provável teria sido que eu e os meus companheiros tivéssemos morrido naquele campo de pavor que foi chamado «Campo da morte lenta», onde foram assassinados dezenas de prisioneiros, na sua maioria jovens.

Nessa época, eu era um jovem comunista convencido de que estava ao serviço de um projecto libertador. Enganaram-me. Mas a disposição de me sacrificar até à morte para aceder a um mundo mais livre e mais justo continuou a ser um valor para o Homem, na luta histórica pela dignidade da sua condição. Esta luta nunca termina. Ela é sempre actual. Passa pelo combate contra todos os regimes que não respeitam os Direitos Fundamentais do Homem, contra todos os inimigos da Liberdade – inclusive os que, insidiosamente, mascaram os seus projectos totalitários com aparências libertadoras.

Levar-vos-ia, portanto, meus caros jovens, o testemunho vivo de alguém que partilhou, com outros milhões de seres humanos, por toda a parte na Europa, as consequências do terror nazi que não poupou os países europeus mais ocidentais – esta Europa Comunitária, que hoje partilhamos em conjunto, e na qual não são tolerados regimes totalitários.

O futuro pertence-vos. Sois vós, portanto, caros jovens europeus, que tendes o dever de defender as aquisições sociais e políticas da nossa Comunidade de paz e de progresso, mas também de prosseguir os esforços para os aprofundar e consolidar.

A mensagem que vos dirijo é uma mensagem de esperança no futuro da construção colectiva da nossa comunidade. Mas é também uma mensagem que vos incita a uma vigilância permanente. A Liberdade não é uma aquisição garantida para sempre. É a vós, fundamentalmente, que pertence a tarefa de evitar o regresso a esse passado de horror a que, felizmente, fostes poupados. Sede vigilantes!

Incito-vos, meus caros jovens europeus, a continuar não só a vossa reflexão, mas também a acção concreta contra todas as tentativas de regresso a esse passado de humilhação e de ignomínia que foi o da Europa da minha juventude.

Gostaria muito de conhecer as decisões que vão sair do vosso Forum. Ficar-vos-ei muito grato se mas enviarem.

Para concluir, desejo-vos o maior sucesso para esta iniciativa tão oportuna e importante, ao mesmo tempo que envio as minhas mais calorosas saudações a todos os jovens que participam no Forum para a defesa da Memória histórica.



Edmundo Tavares Pedro

quinta-feira, 8 de maio de 2008

Livro de Memórias - Lançamento

(Clique na imagem para aumentar)



José Dias nasceu em 1948. Foi dirigente católico, estudantil, partidário, sindicalista e associativo e assessor político.

Reside actualmente em Coimbra, onde preside ao Conselho da Cidade.

«As Mulheres de Alhandra na Resistência»






A Associação Promotora do Museu do Neo-Realismo leva a efeito uma sessão de promoção do livro «As Mulheres de Alhandra na Resistência - Anos quarenta, século XX», da autoria de Antónia Balsinha.

A apresentação será feita pela historiadora Irene Flunser Pimentel.

No próximo dia 15 de Maio, a partir das 21,30 horas, na Fábrica Braço de Prata, em Lisboa.

terça-feira, 6 de maio de 2008

Moçambique - Ordem dos Advogados quer transformar edifício da PIDE em «sede dos direitos e dignidade humanas»

A Ordem dos Advogados de Moçambique (OAM) quer fazer da sua futura sede, no edifício onde funcionou a antiga polícia política do Estado Novo em Lourenço Marques, hoje Maputo, uma «sede do respeito dos direitos e dignidade humana»
Em declarações à Agência Lusa, o recém-eleito bastonário da OAM esclareceu ainda que uma das prioridades do seu mandato de cinco anos será encontrar financiamento para reabilitar o edifício, em avançado estado de degradação.

«O actual estado de degradação em que se encontra a Vila Algarve, confunde-se com o seu passado sinistro», realçou Gilberto Correia.

«A memória dos moçambicanos associa aquele sítio à violência macabra praticada pela PIDE contra a legítima oposição à repressão, mas se para lá efectivamente passar a Ordem, terá o simbolismo de que esse período sombrio é passado», adiantou.
O edifício foi entregue em 1999 à OAM, mas as obras de reabilitação da estrutura nunca arrancaram por falta de financiamento.

O novo bastonário da OAM, que tomou posse na semana passada, assegurou que o seu elenco «trabalhará com afinco» nos próximos cinco anos para conseguir os cerca de 600 mil dólares (cerca de 385 mil euros) necessários à reabilitação da Vila Algarve - o Governo moçambicano já prometeu apoiar com 40 mil dólares (cerca de 25 mil euros).
«É prematuro identificar parceiros que vão ajudar neste esforço, mas depois de uma análise, uma reflexão e um plano credível, será possível encontrar quem se interesse em ajudar», sublinhou o novo bastonário da OAM.

Ao entregar o local à OAM, prosseguiu Gilberto Correia, «o próprio Governo moçambicano quis transmitir a ideia de que o processo de construção de um Estado de direito em Moçambique é irreversível e não vai patrocinar abusos como a tortura». Actualmente, a sede da OAM funciona no primeiro andar de um prédio na capital moçambicana.

Além de restaurar a Vila Algarve, o novo elenco da OAM tem na manga o objectivo de negociar com o Governo moçambicano um contrato-programa, que permita à agremiação cumprir o seu «serviço público de patrocínio judiciário e defesa dos direitos humanos».

Tornar a justiça acessível a todos os cidadãos do pais e não um luxo para alguns é também outro dos propósitos da direcção de Gilberto Correia.
Lusa/SOL

Luís Neves Franco

domingo, 4 de maio de 2008

Eleições - Associação «Movimento Cívico Não Apaguem a Memória!»

N.B. - Esta documentação será recebida, individualmente, por carta ou por «mail».


Convocatória para a assembleia eleitoral da Associação
Movimento Cívico
“NÃO APAGUEM A MEMÓRIA”



Convocatória

A Comissão Instaladora, no cumprimento do mandato que lhe foi conferido pela Assembleia Geral Constitutiva da Associação informa que no sábado, dia 17 de Maio, terá lugar a assembleia eleitoral da Associação Movimento Cívico Não Apaguem a Memória!

Voto presencial
Para votar presencialmente, pode fazê-lo em Lisboa, na Rua da Emenda, nº 107, ao Chiado.
A urna estará instalada entre as 10.00 e as 18.00H, do dia 17 de Maio.
Metro: Baixa -Chiado
No voto presencial o eleitor deverá exibir o seu B.I. ou documento que inequivocamente o identifique.

Voto por correspondência
Endereçado para:
Apartado 3500
1070- 995 Lisboa


Para votar por correspondência:
1 – Utilize o boletim anexo, assinale com um X o seu voto (ou não assinale nada no caso de pretender votar em branco) e coloque-o num envelope fechado sem qualquer identificação.
2 - Faça uma fotocópia do seu BI.
3 - Coloque o envelope com o voto e a fotocópia do seu B.I. num segundo envelope dirigido ao Apartado acima indicado e envie, pelo correio, até ao dia 16 de Maio (data do carimbo do correio).

N.B.: Não serão considerados válidos os votos que cheguem ao referido Apartado com data de carimbo de correio posterior ao dia 16 de Maio.


A Comissão instaladora
5 de Maio de 2008

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ELEIÇÕES PARA OS CORPOS SOCIAIS DA ASSOCIAÇÃO
MOVIMENTO CÍVICO NÃO APAGUEM A MEMÓRIA







LISTA A …………. □










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Voto por correspondência
Endereçado para:
Apartado 3500
1070- 995 Lisboa


Para votar por correspondência:
1 – Utilize este boletim, assinale com um X o seu voto (ou não assinale nada no caso de pretender votar em branco) e coloque-o num envelope fechado sem qualquer identificação.
2 - Faça uma fotocópia do seu BI.
3 - Coloque o envelope com o voto e a fotocópia do seu B.I. num segundo envelope dirigido ao Apartado acima indicado e envie, pelo correio, até ao dia 16 de Maio (data do carimbo do correio).

N.B.: Não serão considerados válidos os votos que cheguem ao referido Apartado com data de carimbo de correio posterior ao dia 16 de Maio.

Voto presencial
Para votar presencialmente, pode fazê-lo em Lisboa, na Rua da Emenda, nº 107, ao Chiado.
A urna estará instalada entre as 10.00 e as 18.00H, do dia 17 de Maio.
Metro: Baixa -Chiado
No voto presencial o eleitor deverá exibir o seu B.I. ou documento que inequivocamente o identifique.



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Associação “Movimento Cívico – Não Apaguem a Memória”

Lista A - candidata aos órgãos sociais 2008-2010 (lista única)


Direcção
Presidente – Raimundo Narciso
Vice-Presidente – Lúcia Ezaguy Simões
Secretário – Jorge Martins
Tesoureira – Joana Lopes
Vogal – Diana Andringa
Vogal – Irene Pimentel
Vogal – Manuela Almeida

Assembleia Geral
Presidente – Isabel Patrício
Secretário – Rui Ferreira
Secretário – João Caixinhas

Conselho Fiscal
Presidente – Sérgio Parreira de Campos
Vice-Presidente – Joaquim Soares
Secretário – José Hipólito dos Santos


Programa eleitoral

Preâmbulo

Criado em 2005, o Movimento Cívico Não Apaguem a Memória! marcou presença desde então na sociedade portuguesa, cresceu e consolidou-se.
Não foi por acaso. O movimento veio indiscutivelmente responder a um anseio de muitos portugueses que não se conformavam com a tendência para o branqueamento de meio século de ditadura. Por não ser partidário, o movimento foi capaz de chamar a si activistas e apoiantes de diversos quadrantes políticos, conseguindo congregar inúmeras pessoas em torno de uma causa nacional.

A organização pouco estruturada deste movimento, baseada em pequenos grupos de trabalho e em plenários regulares, revelou-se adequada, nesta primeira fase. A informalidade no modo de organização e de funcionamento com o passar do tempo começou, todavia, a evidenciar as suas limitações. Importantes acções ligadas aos locais simbólicos da resistência à ditadura como a sede da ex-PIDE e a cadeia do Aljube ou a petição à Assembleia da República foram iniciadas mas a fluidez do movimento foi um obstáculo à sua continuidade. Foi difícil também a expansão do movimento a nível nacional através da criação de núcleos locais/regionais, indispensável para o seu fortalecimento e para ampliar o número de apoiantes. Ao cabo de 3 anos apenas um núcleo foi criado, no Porto.

Após um amplo, participado e aprofundado debate, ocorrido entre Setembro de 2007 e Março de 2008, sucessivos plenários aprovaram por larga maioria a transformação do movimento em associação e aprovaram os seus estatutos.

A Lista A que agora se candidata às primeiras eleições para os corpos sociais dará continuidade ao trabalho desenvolvido pelo movimento e preservará o que de melhor nele se revelou. Apoiará os grupos de trabalho existentes e estimulará a criação de outros, submetidos naturalmente a regras mas dotados da máxima autonomia, geradora de criatividade, entusiasmo e responsabilidade.
Desenvolverá a cooperação com organizações nacionais e internacionais que prossigam objectivos similares. Focalizará os seus esforços nas gerações mais jovens, desenvolvendo acções de cunho cultural e pedagógico para o que procurará a cooperação de escolas e do poder local.
A associação parte de uma base financeira, material e logística praticamente nula. Estamos convencidos, no entanto, que conseguiremos os meios necessários para atingir fins tão mobilizadores como aqueles que nos propomos

Objectivos e actividades associadas

Dando continuidade aos fins consignados na Carta do Movimento, a associação tem por objecto a salvaguarda, investigação e divulgação da memória da resistência à ditadura e da liberdade conquistada em 25 de Abril de 1974. Assim propomo-nos:

1. Exigir do Estado português o cumprimento do Dever de Memória:
1.1. Insistir no sentido da aprovação da resolução parlamentar originada pela petição do NAM.
1.2. Procurar que a AR aprove futuramente uma Lei da Memória.

2. Promover a criação do Museu da Resistência e da Liberdade na antiga prisão do Aljube:
2.1. Insistir junto do Governo para que as instalações da antiga cadeia do Aljube se transformem em local da memória.
2.2. Elaborar um projecto que viabilize a criação do museu, de forma progressiva, com o aproveitamento, numa primeira fase, de espaços para a divulgação desta memória, através de eventos artísticos, literários e outros afins.
2.3. Recolher/compilar materiais, documentais ou outros, de interesse sobre o tema.

3 Criar uma rede de núcleos museológicos e criar um memorial às vítimas da PIDE:

3.1. Relativamente às instalações da ex-PIDE em Lisboa:
3.1.1. Reatar as negociações com a Câmara Municipal de Lisboa e com o promotor imobiliário para a cedência de um espaço no local para instalação do núcleo.
3.1.2. Promover a elaboração do projecto arquitectónico e museológico para ocupação do espaço.

3.2 Relativamente ao memorial:
3.2.1. Reatar as negociações com a C. M. de Lisboa para que o monumento, pelo seu simbolismo e carga histórica, seja localizado na Rua António Maria Cardoso, em Lisboa, onde no dia 25 de Abril de 1974 caíram, sob o fogo dos agentes da polícia política, as derradeiras vítimas da PIDE.
3.2.2. Organizar uma subscrição pública para financiamento do projecto de edificação.

3.3. Promover ou colaborar em iniciativas tendentes à preservação da memória relacionadas com outros símbolos maiores da repressão e tortura como foram as prisões de Peniche e Caxias ou a sede da PIDE no Porto.

4. Construir roteiros da resistência e da liberdade
4.1. Construir o roteiro virtual da memória, a nível nacional.
4.2. Elaborar o roteiro da memória da resistência e da liberdade da cidade de Lisboa e de outros locais.
4.3. Desenvolver parcerias com instituições públicas e privadas para a elaboração de roteiros locais.

5. Promover um conhecimento mais amplo da história contemporânea, em particular do período do Estado Novo.
5.1. Assinar protocolos com centros de investigação de História Contemporânea e instituições congéneres e afins para promover estudos sobre o Estado Novo.
5.2. Estabelecer contactos e parcerias com instituições estrangeiras afins, privilegiando a Espanha, Cabo Verde (Tarrafal) e Angola (prisões políticas do colonialismo).
5.3. Produzir materiais didácticos, preferencialmente em suporte informático em colaboração com as escolas.

6. Divulgar a memória da resistência
6.1. Organizar conferências e colóquios para divulgar temas relacionados com a Memória da luta pela liberdade e a democracia (como, por ex. um Congresso Internacional sobre a Tortura e/ou sobre Fascismos).
6.2. Colaborar na organização do Colóquio Internacional sobre os Campos de Concentração, a realizar em Cabo Verde.
6.3. Organizar comemorações de efemérides (Desfile do 25 de Abril; 5 de Outubro e outras).

quinta-feira, 1 de maio de 2008

Paris, Praga 1968 -40 anos

COMÍCIO :: DEBATES :: CONCERTO :: TEATRO

Há 40 anos, a Europa agitava-se dos dois lados da cortina de ferro.

Em França, estudantes e trabalhadores questionam a ordem do capital.
Em Praga, exigem a liberdade do socialismo e recusam a obediência burocrática a Moscovo.
Nos Estados Unidos, a oposição à guerra do Vietname e a luta pelos direitos civis mudam a face do país.
No México, os estudantes são massacrados na véspera da abertura dos Jogos Olímpicos.

Enquanto os Sarkozys do mundo se empenham em "liquidar a herança" de 68, a esquerda socialista vive a sua história.
Imaginação, crítica, intransigência e liberdade.

SOB A CALÇADA, A PRAIA.

PROGRAMA
10 de Maio :: ISCTE :: Lisboa

11h. Oficinas
:: A PRIMAVERA DE PRAGA – com Cláudio Torres, historiador, militante anti-fascista exilado na Checoslováquia em 1968
:: A GUERRA DA ARGÉLIA E O COLONIALISMO PORTUGUÊS – O CASO DOS LEOPARDOS – com João Paulo Guerra, jornalista e autor de "História da Guerra Colonial"
:: FILMES DE 68 – projecção de documentários da época

13h. Almoço
:: CANTINA UNIVERSITARIA

15h. Concerto
:: MOI NON PLUS, banda luso-francesa bem humorada, que recria músicas populares urbanas francesas. Revisita grandes autores e compositores, tais como Boris Vian, Serge Gainsbourg, Charles Trenet, Yves Montand, Fernandel.

16h. Teatro
Quadros de "E NÃO SE PODE EXTERMINÁ-LOS?", de Karl Valentin. Encenação de Gonçalo Amorim para esta iniciativa com Joana Ribeiro Santos,
Diana Nicolau, José Chanfana, Luís Lobão

16h30 Comício
Francisco Louçã

INFORMAÇÕES ÚTEIS

> Refeições
O almoço será na Cidade Universitária, Refeitório I (Cantina Velha), junto à saída de Metro da Cidade Universitária. Será servido uma refeição completa com opção de carne, peixe ou vegetariano.
Para o almoço será fundamental a inscrição, o mais cedo possível, com indicação do nome, contacto e indicação se é vegetariano.
O prazo limite é 5 de Maio.
Contacta-nos bloco.esquerda@bloco.org ou por telefone para 213 510 510 / 968 92 63 71 / 918 71 24 44

CUSTO DA REFEIÇÃO
:: Lisboa e Setúbal: 7,5 Euros
:: Resto do país: 5 Euros
:: Estudantes, desempregados e pensionistas: 5 Euros