quarta-feira, 30 de abril de 2008

Aprovação da Lista A (Lista definitiva)

A Comissão Instaladora, no cumprimento do mandato que lhe foi conferido pela Assembleia Geral Constitutiva da Associação, reuniu-se no dia 30 de Abril de 2008 para apreciar e deliberar sobre eventuais reclamações.

Não tendo sido apresentado qualquer recurso ou reclamação foi a referida lista considerada definitiva.

A Comissão Instaladora
30 de Abril de 2008

terça-feira, 29 de abril de 2008

Lista Candidata aos Órgãos Sociais da Associação «MOVIMENTO CÍVICO NÃO APAGUEM A MEMÓRIA!»

APRECIAÇÃO PELA COMISSÃO INSTALADORA

A Comissão Instaladora, no cumprimento do mandato que lhe foi conferido pela Assembleia Geral Constitutiva da Associação “Movimento Cívico Não Apaguem a Memória!” reuniu-se, no dia 28 de Abri de 2008, para apreciar e deliberar sobre a única lista de candidatos aos órgãos sociais, que lhe foi entregue.

Analisados todos os subscritores e os candidatos, foram considerados preenchidos os requisitos necessários pelo que foi aceite sendo-lhe atribuída a letra A.

LISTA A


Composição

Direcção

Presidente – Raimundo Pedro Narciso
Vice-Presidente – Lúcia Mª Ezaguy A. Simões
Secretário – Jorge E. D. de Carvalho Martins
Tesoureira – Maria Joana de Menezes Lopes
Vogal – Diana Marina Dias Andringa
Vogal – Irene Flunser Pimentel
Vogal – Mª Manuela Bela Braz Almeida

Assembleia Geral
Presidente – Isabel Mª F. Alvoeiro Patrício
Secretário – Rui Manuel Lage Ferreira
Secretário – João F. Rodrigues Caixinhas

Conselho Fiscal
Presidente – Sérgio Parreira de Campos
Vice-Presidente – Joaquim A. de O. Soares
Secretário – José Hipólito dos Santos

Sócios Subscritores
Alfredo Ladeira Caldeira
António Duarte Arnaut
António José Castanheira Baptista Lopes
António Maria Sousa Almeida
Aquilino Ribeiro Machado
Armando Batista Bastos
Artur Eduardo Pires Alexandre Pinto
Edmundo Pedro
Eugénio Manuel Bilstein de Menezes de Sequeira
Eurico José Marques dos Reis
Fernando Edalberto Vieira de Matos Silva
Fernando José Mendes Rosas
Helena Catarina Silva Lebre Elias
Iva Humberta de Andrade Delgado
José Luís Saldanha Sanches
José Manuel da Silva Dias
José Manuel Marques C.M. Tengarrinha
José Manuel Sequeira Louza
José Manuel Serra Picão de Abreu
José Paulo de Almeida da Silva Graça
José Vera Jardim
Júlia Alberta de Almeida Martins Mendes Valério
Luís Manuel do Carmo Farinha
Manuel Serra
Maria Antónia Assis Santos Palla e Carmo
Maria do Céu Guerra Oliveira e Silva
Maria Emília Almeida Neves
Maria Helena Dias Carneiro
Maria Helena Mendonça da Silva
Maria Helena Reis Cabeçadas
Maria João Antunes Gerardo Alexandre Pinto
Maria José Fernandes Matias Belbut
Maria Júlia P.O. Barata de Matos Silva
Maria Lucília da Liberdade Miranda Santos
Maria Luísa Corte-Real Moniz Nogueira
Maria Manuela Cabeçadas A. Trancoso
Maria Manuela Paiva Fernandes Tavares
Nelson Manuel Gonçalves Durão de Matos
Nuno Teotónio Pereira
Pedro Bacelar de Vasconcelos
Rui Flunser Pimentel
Rui Manuel Bebiano de Nascimento
Rui Nogueira Lobo de Alarcão e Silva
Rui Silva Veiga Pinto
Sara Barros Queiroz Amâncio
Teresa Amado
Teresa Maria de Freitas Mesquita Spranger


A Comissão Instaladora
28 de Abril de 2008

segunda-feira, 28 de abril de 2008

HUMBERTO DELGADO – Lançamento de livro

HUMBERTO DELGADO
BIOGRAFIA DO GENERAL SEM MEDO
de Frederico Delgado Rosa

no âmbito da Comemoração do Cinquentenário
das Eleições Presidenciais de 1958

ÁTRIO PRINCIPAL DO PALÁCIO DE SÃO BENTO, 7 DE MAIO DE 2008 – 19h00

Programa:

Apresentação da obra por:
Judite de Sousa e General Pedro Pezarat Correia

Leitura de excertos por:
Alexandra Lencastre

Coro de Câmara de Lisboa
Teresita Gutierrez (direcção) /
Jorge Martins (barítono) / Pedro Almeida (piano)
Luís de Freitas Branco: Duas Canções Revolucionárias (1950)

Apresentação da cerimónia por André Gago

A convite de:
o Presidente da Assembleia da República,
a Fundação Humberto Delgado
e A Esfera dos Livros

Ex-presos políticos reencontram as suas memórias na sede da PIDE, no Porto

Jornal Público, 27.04.2008, Mariana Oliveira

Sentado numa cadeira e com uma voz pausada, Estaline de Jesus Rodrigues, 75 anos, conta aquelas histórias que o Presidente da República teima que não devem ficar esquecidas. O movimento Não Apaguem a Memória tenta reescrevê-las a cores. Estaline de Jesus Rodrigues pincelou ontem a história, no antigo edifício da PIDE (Polícia Internacional e de Defesa do Estado) no Porto.

Antes do começar o relato, o ex-preso político tenta matar uma curiosidade com quase quatro décadas. "Eu estava preso na cave e um dia consegui ver pelas frestas da porta dois pides a trazer um indivíduo e a atirá-lo com força para a cama. Vinha em muito mau estado, por acaso essa pessoa não está aqui?" Silêncio. Ninguém se acusa. A curiosidade não morre no primeiro regresso de Estaline Rodrigues à sede da PIDE no Porto, onde esteve detido entre Maio e Junho de 1970.

Era do Partido Comunista Português e esteve ligado à organização de uma grande manifestação no Barreiro e na Moita em 1970. Na sequência do protesto foi detido e enviado para o Porto. Tinha estado preso duas vezes antes e passou por outras cadeias depois. Mas o mês que esteve no Porto merece o apelido de "passagem mais terrível" pelas prisões nacionais.

Não esconde a dor das memórias e reconhece, por isso, que durante muitos anos ela, a memória, esteve meia perdida, sem querer ser encontrada. Os documentos que foi buscar à Torre do Tombo ficaram à espera da vontade para os ler. "Durante muito tempo não fui capaz", admite. Realçando que o 25 de Abril já tem 34 anos, diz que só muito recentemente reencontrou a sua história. "Descobri que quando estive aqui fui levado para a tortura dia 4 de Maio e só voltei a 22, em braços. Um amigo meu contou-me há pouco tempo que quando me viu não me reconheceu. Eu deitava pus pelos olhos e pelos ouvidos", conta. A afirmação arrepia as cerca de cem pessoas presentes. Mas Estaline não desarma. É para que todos não se esqueçam que Salazar existiu, que a PIDE existiu, que a tortura existiu.

Álvaro Monteiro, 65 anos, veio com o colega. Mas do Porto tem uma imagem mais branda. "Foi aqui que tive conhecimento do nascimento da minha filha", conta com emoção. Mas não esquece a imundície: "Eram percevejos, baratas e piolhos. As necessidades eram feitas num balde."

sexta-feira, 25 de abril de 2008

terça-feira, 22 de abril de 2008

Participação do NAM! no desfile do 25 de Abril (Lisboa)


Concentração às 15:00, no Marquês de Pombal, esquina com a Avenida Duque de Loulé.

domingo, 20 de abril de 2008

As portas que Abril abriu


Ary dos Santos - As portas que Abril abriu


sábado, 19 de abril de 2008

Resistência: Lugares de Memória (Porto)

Sábado 26 de Abril 15.30 h
VISITA GUIADA POR EX-PRESOS
ÀS INSTALAÇÕES DA EX-PIDE/DGS

No próximo dia 26 de Abril será realizada mais uma Visita ao edifício da EX-PIDE, no Porto, guiada por ex-presos políticos que aí foram encarcerados, humilhados e torturados.

Com esta acção, o Núcleo do Porto do movimento cívico "Não Apaguem a Memória!" pretende contribuir para o reforço da nossa identidade democrática, uma identidade que atravesse o tempo, que salvaguarde a continuidade da memória histórica da resistência ao fascismo entre as gerações presentes e as que viveram um mundo passado.

Considera-se que é importante patrimonializar as memórias dos resistentes antifascistas através da transmissão dos seus valores às gerações mais jovens, reconstruindo elos entre o passado e o presente.



Sábado, 26 de Abril 20,00 h
JANTAR COMEMORATIVO
DA REVOLUÇÃO DOS CRAVOS


O jantar/convívio comemorativo do 25 de Abril terá lugar no restaurante Abadia, na Rua do Ateneu Comercial do Porto, nº 22, a partir das 20h (preço por pessoa: 20 €).

A confirmação da presença deverá ser feita até ao dia 24, através de contacto com
Jorge Carvalho (Pisco) – tlm 934729690
ou Sérgio Valente – tlm 919947274
ou maismemoriaporto@gmail.com

DIVULGUE!
INSCREVA-SE JÁ!

quinta-feira, 17 de abril de 2008

Cartazes Maio 68 - Exposição

Na Fundação Mário Soares, a partir de 22 de Abril, 18:30


(Para ler, clique na imagem)

Nota Informativa da Comissão Instaladora da Associação «MOVIMENTO CÍVICO NÃO APAGUEM A MEMÓRIA!»

AVISO COMPLEMENTAR (*)


A) ESCLARECIMENTO

Tendo a Comissão Instaladora tomado conhecimento de dúvidas surgidas quanto aos termos da consulta aos aderentes do Movimento Não Apaguem a Memória! para transitarem para a recém-criada Associação Movimento Cívico Não Apaguem a Memória! , vem a Comissão esclarecer o seguinte:
1. O processo da consulta, para cujo cumprimento a Comissão Instaladora se encontra mandatada, atende a uma deliberação aprovada, de boa fé, na Assembleia Geral Constitutiva, não tendo a Comissão competência para alterar o mandato que lhe foi conferido.
2. A Comissão considera, aliás, que a decisão aprovada na AG Constitutiva respeita a ordem jurídica portuguesa e não está ferida de ilegalidade.


B) CALENDARIZAÇÃO DAS PRÓXIMAS ACTIVIDADES DO PROCESSO DE INSTALAÇÃO DA ASSOCIAÇÃO

18 de Abril: Constituição dos Cadernos Eleitorais, após exclusão dos aderentes do NAM que manifestaram, até 14 de Abril, o desejo de não aderirem à Associação. Início do período de apresentação de listas candidatas às eleições dos corpos sociais da Associação, de acordo com normas em anexo.
23 de Abril: Data limite da recepção, pela Comissão Instaladora, das listas candidatas aos corpos sociais.
28 de Abril: Divulgação, pela C.I., das listas aceites. Início do prazo de 48 horas para eventuais reclamações.
30 de Abril: Apreciação dos eventuais recursos pela C.I.
5 de Maio: Envio dos programas eleitorais das listas candidatas, das instruções e dos votos por correspondência.
15 de Maio: Data limite para a publicitação dos programas eleitorais, pela mailinglist “nameleicoes”, no blogue e no site do NAM.
16 de Maio: Data limite da entrada dos votos por correspondência na nossa caixa postal.
17 de Maio: Assembleia Eleitoral.


C) NORMAS DO PROCESSO ELEITORAL

1. A apresentação de listas obedecerá às seguintes normas
1.1. Serem subscritas por um mínimo de 30 associados (Artº 12º.2 do Regulamento Geral), sem contar, obviamente, com os candidatos;
1.2. Os subscritores das listas devem assinar a proposta de candidatura e indicar os números dos seus bilhetes de identidade;
1.2. Nenhum associado pode participar em mais de um lugar a eleger (Artº 12º.3 do R.G.);
1.3. As candidaturas deverão ser acompanhadas dos respectivos termos de aceitação, assinados por todos os candidatos, com fotocópias dos B.I. anexadas;
1.4. As listas candidatas devem ser entregues, ao cuidado de Victor Santos, na sede do SPGL (Sindicato dos Professores da Grande Lisboa), na Rua Fialho de Almeida, nº 3 1070-128 LISBOA

2. O voto pode ser efectuado:

2.1. Presencialmente,
A urna estará instalada, entre as 10.00 e as 18.00H, do dia 17 de Maio, na Biblioteca Museu República e Resistência
Rua Alberto de Sousa, n.º 10A
1600-002 Lisboa
Metro: Cidade Universitária; Autocarro: 31, 22, 54, 63, 68 (todos os que servem o Hospital de Santa Maria, nomeadamente os Transportes Sul do Tejo).

No voto presencial, o eleitor deverá exibir o seu bilhete de identidade ou documento que inequivocamente o identifique.

2.2. Por correspondência
Endereçada para:
Apartado 3500
1070-995 Lisboa
Para votar por correspondência:
a) – Utilize o boletim de voto, que será enviado por carta ou por mail, assinale com um X a Lista em que vota (ou não assinale nada no caso de pretender votar em branco) e coloque-o num envelope fechado sem qualquer identificação.
b) - Faça uma fotocópia do seu BI.
c) - Coloque a) e b) num segundo envelope e envie este, pelo correio, para o Apartado acima indicado, de modo a ser recebido até ao dia 16 de Maio.


A Comissão Instaladora

Lisboa, 16 de Abril de 2008


(*) AVISO: as pessoas com capacidade eleitoral para votar para os corpos sociais da Associação Movimento Cívico Não Apaguem a Memória! poderão consultar consultar o respectivo caderno eleitoral nos dias 22 e 23 de Abril, entre as 17.30 e as 19.30H na Biblioteca Museu da República e Resistência:

Rua Alberto de Sousa, n.º 10A
1600-002 Lisboa
Metro: Cidade Universitária; Autocarro: 31, 22, 54, 63, 68 (todos os que servem o Hospital de Santa Maria, nomeadamente os Transportes Sul do Tejo).

domingo, 13 de abril de 2008

quinta-feira, 10 de abril de 2008

«Que viva o Zeca» - Elvas, 25 de Abril

No próximo dia 25 de Abril, o espectáculo "QUE VIVA O ZECA", será apresentado no Cine Teatro de Elvas, a partir das 22 horas.

Este espectáculo foi criado em 2007 pelo Grupo Erva de Cheiro, assinalando os 20 anos da morte de José Afonso.

Para além dos 20 temas do Zeca, que são tocados e cantados, também se relembra o seu exemplo de vida, enquanto cidadão de causas e valores, através de um guião acompanhado por imagens. Um trabalho que deu origem à edição de um CD e pretende manter-se em palco sempre que solicitado.

Este espectáculo é promovido pela Camara Municipal de Elvas e comemora assim os 34 anos do 25 de Abril.

quarta-feira, 9 de abril de 2008

ACTA DA ASSEMBLEIA CONSTITUTIVA da Associação «Movimento Cívico NÃO APAGUEM A MEMÓRIA!»


Acta número Um

Aos vinte e três dias do mês de Fevereiro do ano de dois mil e oito, pelas quinze horas, na Rua da Misericórdia, nº95,em Lisboa realizou-se uma Assembleia Geral de ora em diante designada (AG) convocada pela Comissão Promotora através de e-mail de Paula Cabeçadas, constituída Por Fernando Vicente, Lúcia Ezaguy Simões, Raimundo Narciso, Manuel Duran Clemente, J. Villalobos, Ana Gaspar, Paula Cabeçadas, Manuel Macaísta Malheiros e Jorge Martins, com o objectivo da constituição de uma Associação denominada “Movimento Cívico - Não Apaguem a Memória!”.

A Mesa da Assembleia era constituída por Fernando Filipe Esteves Vicente, Lúcia Maria Ezaguy Almeida Simões e Manuel António Duran dos Santos Clemente designados para o efeito pela referida Comissão Promotora. Coadjuvou os trabalhos, por indicação do membro ausente desta Comissão, Macaísta Malheiros, a jurista Isabel M.F. A. Patrício para, (eventualmente,) poder pronunciar-se sobre alguns aspectos técnicos inerentes à sua especialidade profissional.

Registaram-se as presenças de cidadãos aderentes a este projecto que juntamente com os já designados constituíram o corpo da Assembleia Geral, cujos nomes constam de documento anexo à presente acta e que dela faz parte integrante.

A ordem de trabalhos proposta e aprovada pela AG foi a seguinte:
1. Aprovação da Mesa.
2. Informação da Comissão Promotora sobre o trabalho realizado até à data.
3.Apresentação,discussão e aprovação do projecto de Estatutos.
4.Apresentação,discussão e aprovação do projecto de Regulamento Geral.
5.Eleição da Comissão Instaladora.

No que diz respeito ao primeiro ponto da ordem de trabalhos a AG aprovou por maioria a constituição da Mesa.

Relativamente ao segundo ponto da ordem de trabalhos, em nome da Comissão Promotora, Fernando Vicente fez um resumo de todo o processo de trabalho realizado até à data pela mesma Comissão, do qual resultou um projecto de Estatutos e um projecto de Regulamento Geral, divulgados aos aderentes através da Lista TODOS
(Internet) e pelo “site” próprios.

Ainda a título de informação foi, neste ponto, lida uma comunicação do aderente Vítor Sarmento que declarando não poder estar presente, apresentou por escrito três comentários. O documento consta em anexo e considera-se parte integrante desta acta.

No segundo ponto foi posto à votação o método a utilizar na discussão e aprovação do projecto de Estatutos. Fernando Vicente propôs que só fossem discutidos os artigos relativamente aos quais foram ou fossem apresentadas propostas alternativas por escrito. Findo isso seria feita uma apreciação na generalidade. Igual proposta fez relativamente ao outro documento em apreço, ou seja, relativamente ao projecto de Regulamento Geral. Estas propostas foram aceites e postas à votação foram aprovadas por unanimidade.

Os aderentes Luciano Oliveira e António Pinto reclamaram não conhecer o teor das propostas e das propostas alternativas em presença. Foi explicitado que as propostas estavam no “site” da Associação e que as propostas alternativas iriam ser apresentadas caso a caso, na própria Assembleia Geral.

Na sequência iniciou-se a discussão sobre as alternativas apresentadas aos Estatutos.

Antes disso houve a proposta de retirar na alínea c)(última linha), do ponto dois do Artigo Primeiro, as palavras “para os associados” e de substituir na alínea b), do ponto dois do Artigo Segundo, a palavra Estado por Governo. Aceites as propostas foram aprovadas as alterações por maioria.

Apresentada uma proposta de alteração de Henrique Sousa relativamente ao ponto dois do Artigo Primeiro, esta não acolheu maioria na votação efectuada.

Apresentada uma proposta alternativa por Vitor M. Andrade Santos relativamente à troca de ordenação dos conteúdos das alíneas a) e b) do ponto dois do Artigo Segundo, submetida à votação a alteração não foi acolhida.

Foi aprovado por maioria suprimir no Artigo Quinto a palavra “estrangeiras”.

Não havendo propostas de alteração relativamente aos Artigos Sexto, Sétimo, Oitavo e Nono, submetidos a aprovação foram aprovados por maioria.

Apresentada uma proposta de alteração de Henrique Sousa relativamente ao Artigo Décimo, que após votação foi rejeitada.

Relativamente ao Artigo Décimo Primeiro, foram apresentadas duas propostas de alteração, uma enviada atempadamente e por escrito por Henrique Sousa e outra formulada por Vitor Santos. Todas elas, incluindo a da Comissão, eram favoráveis à limitação de mandatos. Muitos foram os aderentes que intervieram, defendendo a limitação e outros contra a mesma limitação. A Assembleia Geral aceitou que fossem votadas três alternativas: a da Comissão, a do aderente Henrique Sousa e uma terceira “retirando qualquer referência à limitação de mandatos” que foi apresentada à Mesa por Xavier Basto que propunha retirar “qualquer referência à limitação de mandatos”. Submetidas à votação venceu por maioria a terceira.

Relativamente ao Artigo Décimo Segundo existia uma proposta de Henrique Sousa e da Comissão. Foi aceite por maioria a proposta que propunha que a Mesa da Assembleia Geral fosse constituída por Presidente, Vice-Presidente e Secretário.

Relativamente ao Artigo Décimo Terceiro, foi apresentada uma proposta de Henrique Sousa. Submetidas à votação foi aprovada por maioria a proposta da Comissão.

Relativamente ao Artigo Décimo Quarto, foi apresentada uma proposta de Henrique Sousa e, em alternativa, aceite uma proposta intermédia, apresentada por M.D.Clemente. Submetidas à votação foi aprovada por maioria a proposta da Comissão.

A proposta apresentada por Henrique Sousa, relativamente à alínea c) do ponto quarto do Artigo Décimo Quinto, no sentido da substituição da maioria de três quartos por dois terços, submetida a votação foi aprovada por maioria.

Foi reformulada e aprovada por maioria a alínea f) do ponto Um do Artigo Décimo Sétimo, acolhendo-se a proposta do aderente Carlos Morais dos Santos, quanto à questão do Revisor Oficial de Contas ou Sociedade de Revisores Oficiais de Contas, no sentido de viabilizar as suas intervenções se as mesmas se revelarem necessárias. Foram, assim, rejeitadas as propostas de Vítor Santos e Henrique Sousa.

Houve proposta alternativa relativamente ao artigo Décimo Oitavo de Henrique Sousa que ligada à sua proposta de alteração antes aprovada relativa ao corpo do Artigo Vigésimo Primeiro, fez cair o ponto dois do Artigo Décimo Oitavo.

Em relação ao número um do artigo Décimo Oitavo foi aprovada a proposta da Comissão.

Foi aprovada por maioria a proposta de Henrique Sousa sobre o Artigo Décimo Nono que retira a parte final da alínea d) do ponto seis do Artigo Décimo Nono.

Por força de alterações anteriores foi reformulado o Artigo Vigésimo, com alterações de redacção no ponto um e tendo sido retirado o ponto quatro, no respeitante ao Conselho Fiscal. Foi aprovada a reformulação por maioria.

Foi, como já se referiu, aceite a proposta de alteração de Henrique Sousa, relativamente ao Artigo Vigésimo Primeiro que refere os Grupos de Trabalho, as Delegações e Núcleos e ainda a possível colaboração dos associados em plenários e noutras iniciativas. Submetida a votação foi aprovada por maioria.

Os Artigos Vigésimo Segundo a Artigo Vigésimo Sétimo, não havendo propostas alternativas submetidos a aprovação foram aprovados por maioria.

Respeitando o método acolhido no início da reunião, tendo sido consequentemente, definido, por votação, o conteúdo do projecto de Estatutos, foram estes, nesta nova versão, aprovados por maioria, conforme documento anexo a esta acta e que dela faz parte integrante.

No terceiro ponto da ordem de trabalhos foi colocado a discussão e aprovação o projecto de Regulamento Geral, existindo apenas proposta de alteração de Vítor Santos.

Relativamente ao Artigo Primeiro, foi a proposta de alteração acolhida por maioria, passando de dez para cinco o número de associados que, no mínimo, subscreverão a proposta de constituição de Núcleos. Foi aprovada por maioria.

Foi aprovado substituir a designação de “componentes” por “membros” no ponto dois do Artigo Terceiro (Grupos de Trabalho). Aprovado por maioria.

Relativamente ao Artigo Quarto (Sócios Honorários) após diversas intervenções foi aceite uma nova redacção apresentada pela Mesa que explicita de forma mais sucinta a qualidade dos mesmos e a forma como poderão ser propostos, pela Direcção ou por um conjunto de, pelo menos, vinte associados, a aprovar em AG. Houve aprovação por maioria.

Foram também aprovados por maioria todos os restantes Artigos do projecto de Regulamento Geral, que regulam o primeiro acto eleitoral e considerados transitórios. No seu todo, também aprovado na generalidade, constitui um documento anexo e parte integrante desta acta.

Por último passou-se para ao quarto ponto da ordem de trabalhos, com a apresentação duma proposta da Comissão Promotora para a Comissão Instaladora da Associação que será responsável pela execução de todos os actos necessários até à constituição da Associação.

Apresentadas duas alternativas foi aprovada por maioria que essa comissão fosse constituída por Fernando Vicente, Lúcia Simões, Isabel Patrício, Jorge Martins e Vitor Santos.

No final da reunião foi decidido perguntar por e-mail ou por via postal aos inscritos no NAM se aceitavam transitar para a Associação tendo sido aprovado que transitariam todos aqueles que não apresentassem oposição expressa. Foi também decidido que em reuniões posteriores e já no funcionamento regular da Associação, será tratada a questão das quotas e de eventuais jóias.
A Carta do Movimento NAM, na impossibilidade legal de ser anexada aos estatutos, fica anexa à presente acta e dela faz parte integrante.
Esgotada a ordem de trabalhos, o presidente da Mesa da Assembleia Constitutiva deu por encerrados os trabalhos.
Vai esta acta ser assinada pelos membros da Mesa da AG Constitutiva da Associação “Movimento Cívico Não Apaguem a Memória!”:

Fernando Vicente

Lúcia Esaguy Simões

Manuel Duran Clemente

Isabel Patrício

Free Tibet


















E também, um pouco por todo o mundo, reacções contra a China a propósito dos Jogos Olímpicos (aqui, em Paris, por ocasião da passagem da chama olímpica):



sexta-feira, 4 de abril de 2008

Martin Luther King morreu há 40 anos

Martin Luther King foi assassinado em Memphis, em 4 de Abril de 1968.

Neste vídeo, na íntegra, o célebre discurso «I have a dream» proferido em Washington, em 28 de Agosto de 1963.



quarta-feira, 2 de abril de 2008

Colóquio sobre Maio de 1968



MAIO' 68
POLÍTICA * TEORIA * HISTÓRIA


Colóquio Internacional
Lisboa, 11 e 12 de Abril de 2008
Instituto Franco-Português
Av. Luís Bívar, 91 METRO: São Sebastião - Campo Pequeno.

Tradução Simultânea
Entrada Livre
Mais informações: lisboa1968@gmail.com (+351) 213111468

Organização:
Instituto Franco-Português
Instituto de História Contemporânea
Le monde diplomatique – edição portuguesa

Apoios: FCT Fábrica de Braço de Prata Goethe Institut Antígona

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Maio de 1968. Em Paris anuncia-se o início de uma luta prolongada. Quatro décadas depois, este colóquio internacional reúne um conjunto de reputados intelectuais cujas investigações permitiram voltar a olhar para 1968 nas suas mais variadas dimensões. Levando o debate mais além das repetidas alusões ao cariz geracional e estudantil da revolta, mapeando 1968 para lá das fronteiras da França, o colóquio confronta a importância de 1968 na emergência de novas subjectividades políticas, analisa a dimensão de luta de classes que atravessa o período e discute a persistência de Maio'68 nos conflitos políticos contemporâneos.
Os coordenadores,

Bruno Peixe (NÚMENA)
Luís Trindade (IHC-UNL/U.Birkbeck)
José Neves (ICS-UL)
Ricardo Noronha (IHC-UNL)
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PROGRAMA

11 DE ABRIL
9h30
Sessão de Abertura

10h Maio no Mundo
Fernando Rosas
Teses sobre a geração dos anos 60 em Portugal e a questão da hegemonia

Gerd-Rainer Horn
Um conto das duas europas

Manuel Villaverde Cabral
Maio de '68 como revolução cultural

14h30 Ideias de Maio
Anselm Jappe
Maio de 68, do «assalto aos céus» ao capitalismo em rede. O papel dos situacionistas

Daniel Bensaid
Como será possível pensar que se possa quebrar o ciclo vicioso (da dominação)

Judith Revel
1968, o fim do intelectual sartriano


12 DE ABRIL
10h Maio em Movimento

Maud Bracker
Participação, encontro, memória: os imigrantes e o Maio de 68

João Bernardo
Estudantes ou trabalhadores?

Franco Berardi (Bifo)
68 e a génese do cognitariado


14h30 O Outro Movimento Operário

Xavier Vigna
As greves operárias em França em 1968

Yann Moulier Boutang
Maio de 68, herança por reclamar na divisão de perdidos e achados da História

John Holloway
1968 e a crise do trabalho abstracto


18h 1968 - 2008

Bruno Bosteels
A revolução da vergonha

François Cusset
Os embalsamadores e os coveiros


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RESUMO DAS COMUNICAÇÕES

Teses sobre a geração dos anos 60 em Portugal e a questão da hegemonia
Fernando Rosas
Pretende-se discutir o papel que o "Maio de 68" em Portugal, ou seja, a contestação estudantil de 1969, desempenhou na radicalização da luta política em geral e na alteração das relações de hegemonia em favor das mundivisões marxizantes e revolucionárias na sociedade portuguesa da época.
Fernando Rosas, Historiador, Professor catedrático da FCSH da Universidade Nova de Lisboa. Autor de bibliografia sobre a História do séc. XX em geral e a História do Estado Novo português em particular.

Um conto de duas Europas
Gerd-Rainer Horn
Em quase todo o lado o meio estudantil universitário serviu de catalisador para "1968", e isto será exemplificado com um breve olhar sobre as origens do 1968 Belga. Contudo, podemos distinguir dois padrões bem distintos na Europa Ocidental e nos Estados Unidos em 1968. Na "Europa do Norte" e nos Estados Unidos, 1968 representou sobretudo uma série de movimentos sociais de base estudantil. Na "Europa do Sul", 1968 foi muito mais transclassista, com a classe operária a assumir um papel proeminente.
Gerd Rainer Horn ensina no departamento de Hiatória da Universidade de Warwick e escreveu The Spirit of '68.

Maio de '68 como revolução cultural
Manuel Villaverde Cabral
Testemunho pessoal sobre o momento mais alto de um movimento social internacional que não queria o poder, mas que nem por isso – ou talvez por isso – deixou de mudar o mundo.
Manuel Villaverde Cabral nasceu em 1940. Fugiu à PIDE em 1963, indo para Paris onde trabalhou e estudou. Voltou a Portugal em 1974, ingressou na carreira docente no ISCTE, entrou para o antigo Gabinete de Investigações Sociais em 1975, passando para a carreira de investigação quando foi criado o Instituto de Ciências Sociais na Universidade de Lisboa em 1982. Foi Director da Biblioteca Nacional entre 1985 e 1990.

Maio de 68: do «assalto ao céu» ao capitalismo em rede. O papel dos situacionistas
Anselm Jappe
Começaremos por abordar a questão de saber qual foi a «influência» dos situacionistas em Maio de 68 bem como na sua preparação, opondo a outros movimento políticos e intelectuais mais visíveis da época a sua própria agitação subterrânea. Sublinharemos de seguida que Maio de 68 constituiu simultaneamente um esforço de emancipação mas também o início da passagem para uma nova forma mais subtil de dominação capitalista. Neste contexto, recorreremos às ideias de Guy Debord para compreender esta evolução tirando daí algumas consequências.
Anselm Jappe ensina estética na Escola de Belas Artes de Frosinone (Itália). É autor de Guy Debord (edíção portuguesa da Antígona prevista para 2008) e As aventuras da mercadoria. Para uma nova crítica do valor.


Lançamento do livro Guy Debord, pela Editora Antígona
12 de Abril 21h30
Fábrica de Braço de Prata
Apresentação por Ricardo Noronha


«Como será possível pensar que se possa quebrar o ciclo vicioso [da dominação]?»
Daniel Bensaïd
Era esta a questão colocada, logo em 1964, por Herbert Marcuse, em L'homme unidimensionnel, e que assolava a sua época. A exuberância dos acontecimentos de Maio terá significado um princípio de resposta à questão ou confirmado, pelo contrário, o fecho daquele ciclo vicioso, como parece indicar a evolução posterior da obra de Debord ou de Baudrillard: depois do espectáculo, estado supremo do fetichismo da mercadoria, o simulacro, estado supremo do espectáculo?
Daniel Bensaïd é Professor de Filosofia na Universidade de Paris VIII (Vincennes) e dirigente da Ligue Communiste Révolutionnaire (IV Internacional). Participante no movimento estudantil em Maio de 1968, é autor, entre outras, das seguintes obras: Mai 1968: Une répétition générale (1968), Walter Benjamin sentinelle messianique (1990), Marx l'intempestif : Grandeurs et misres d'une aventure critique (1996).

1968: o fim do intelectual sartriano
Judith Revel
1968 não constitui apenas o levantamento de uma geração que não quer mais viver de forma semelhante à dos seus pais, alimentando-se da mesma memória – de Vichy, das guerras coloniais – e reconhecendo-lhe os valores. Constitui também uma outra forma de conceber a tomada da palavra e a acção colectiva, os modos de intervenção política e os processos de subjectivação. Nesta grande transição de uma época à outra, a própria função dos intelectuais vê-se profundamente redefinida: o modelo sartriano de envolvimento político cede pouco a pouco o lugar a uma outra figura que, por seu turno, implica já uma análise diferente das relações de poder e do papel do conhecimento, da função das lutas e dos usos colectivos da palavra. De Sartre a Foucault, trata-se pois de uma passagem de testemunho em forma de ruptura – que quarenta anos depois não deixa de suscitar mal-entendidos.
Judith Revel, filósofa, italianista e tradutora, docente (maître de conférences) na Universidade de Paris-I Sorbonne. Especialista em pensamento contemporâneo, particularmente no de Michel Foucault, a quem consagrou numerosos livros e artigos, trabalha actualmente sobre as categorias políticas anteriores e posteriores a 1968. Integra a redacção das revistas Posse (em Itália) e Multitudes (em França), e o gabinete científico do Centre Michel Foucault. Membro da equipa de investigação ANR «La bibliothéque foucaldienne. Michel Foucault au travail" (CNRS-ENS-EHESS).

Participação, encontro, memória: os imigrantes e o Maio de 68
Maud Bracker
Esta comunicação debruça-se sobre alguns dos modos pelos quais os principais grupos que encabeçaram o Maio de 68 em França – estudantes, intelectuais, sindicalistas – tentaram compreender a emergência do mundo pós-colonial, e integraram essa passagem ao pós-colonialismo na sua oposição ao capitalismo. Contudo, as teorias e a acção em solidariedade com os trabalhadores imigrantes que se desenvolveram durante e após 1968 herdaram das formas mais antigas do anti-imperialismo marxista europeu alguns dilemas não-resolvidos.
Maud Bracke dá aulas de História Moderna Europeia na Universidade de Glasgow. É autora de Which socialism, whose détente? West European communism and the Czechoslovak crisis of 1968.

Estudantes ou trabalhadores?
João Bernardo
Será paradoxal que os participantes num movimento que jornalistas e historiadores insistem em classificar como estudantil colocassem principalmente problemas políticos e sociais relativos à classe trabalhadora? O desenvolvimento do capitalismo, com as pressões ao aumento da produtividade e com a necessidade de qualificar a força de trabalho, converteu universidades de elite em universidades de massa e transformou a maioria dos estudantes universitários em futuros trabalhadores.
João Bernardo é doutor pela Unicamp (Brasil). Em 1965 foi expulso por oito anos de todas as universidades portuguesas. Desde 1984 tem leccionado como professor convidado em universidades públicas brasileiras. É autor de numerosos artigos e livros.

1968 e a génese do Cognitariado
Franco Berardi (Bifo)
O movimento de 1968 representa o efeito da escolarização de massas e a primeira manifestação política da emergência do cognitariado, classe do trabalho cognitivo, composição social que se tornou predominante no final do século, com a difusão da rede.
Rádios piratas, cibercultura, net-art, são as manifestações sucessivas do trabalho cognitivo em busca da sua própria autonomia. Só reencontrando o fio (actualmente submerso) da revolta de sessenta e oito poderá o trabalho cognitivo empreender um processo de recomposição e autonomia.
Franco Berardi (Bifo), militante do Potere Operaio nos anos 60, redactor da Radio Alice em 1976 e fundador da revista A/traverso. Autor de Contro il lavoro, Mutazione Ciberpunk e Felix. Colabora actualmente com a revista on-line www.Rekombinant.org, ensina em Bologna numa escola para trabalhadores emigrantes e em Milão na Accademia di Belle Arti.

As greves operárias em França em 1968
Xavier Vigna
O movimento de Maio e Junho de 1968 em França constitui o mais importante fenómeno grevista de toda a história do país. Alarga-se a todo o território e mobiliza também operários de que até então não se falava: os jovens, as mulheres, os imigrantes. Retoma um vigoroso repertório de acções e levanta questões que não encontraram ainda resposta quando finalmente se retoma o trabalho em Junho de 1968. Nessa medida, o movimento grevista de Maio-Junho de 1968 constitui um evento que inaugura um período de dez anos de insubordinação operária: a década de 68.
Xavier Vigna, docente (maître de conférences) em história contemporânea na Universidade de Bourgogne, trabalha sobre a conflituosidade social e política na segunda metade do século XX. Publicou recentemente L'insubordination ouvrière dans les années 68. Essai d'histoire politique des usines.

Maio de 68, herança por reclamar na divisão de perdidos e achados da História
Yann Moulier Boutang
Começou por ser grande o interesse na recuperação de Maio de 68, depois na sua liquidação. Abordaremos aqui um ponto de vista radicalmente diferente relativamente ao qual trataremos dois aspectos: 1) Que foi realmente Maio de 68? Canto do cisne do movimento operário, outro movimento operário, proclamação oculta do verdadeiro sujeito da renovação radical do capitalismo? 2) Qual o legado não reclamado mas efectivo de Maio de 1968? Concluímos que o evento foi e continua a ser critério de demarcação entre duas fases, embora não necessariamente do modo condensado pelas diferentes cristalizações fantasmáticas que gerou e continua a produzir.
Director da Redacção da revista Multitudes. Professor universitário de ciências económicas (Universidade de Tecnologia de Compiègne e Escolas de Arte e Design de Saint Etienne).

1968 e a Crise do Trabalho Abstracto
John Holloway
1968 tornou evidente que a crise do trabalho é a crise do capital, que a luta contra o trabalho é a chave da luta contra o capital. Em 1968, o fazer fendeu o trabalho e transbordou. Falar hoje de 1968 não é falar de um legado histórico, mas sim das reverberações causadas por essa fissão.
John Holloway é professor na Universidade Benemérita de Puebla, no México. É autor de vários livros, publicados em vários países, o mais recente dos quais, Mudar o Mundo sem Tomar o Poder.

A revolução da vergonha
Bruno Bosteels
Partindo do famoso poema de Octavio Paz, publicado pouco depois do massacre de Tlatelolco no México em 2 de Outubro de 1968, poema inspirado nas cartas de Karl Marx ao seu amigo Arnold Ruge, discutirei o destino da esquerda no período posterior a 1968 em termos de vergonha e de melancolia, de coragem e de justiça. Não é apenas Sarkozy e os seus acólitos pseudo-intelectuais que pretendem acabar com o legado de 1968; na realidade, semelhante legado vê-se igualmente corroído a partir do seu interior por uma forte tendência de negação, a favor de um certo recuo do político, que se proclama mais radical que qualquer noção de revolucionarização da vergonha.
Bruno Bosteels é Professor Associado de estudos românicos na Universidade de Cornell. É autor dos livros Alain Badiou o el recomienzo del materialismo dialéctico e Badiou and Politics.

Os embalsamadores e os coveiros
François Cusset
No quadro da vastíssima bibliografia que 'explica' ou 'comemora' Maio de 68, a interpretação de esquerda, que lhe imputa o liberalismo da década de 1980, e a interpretação de direita, que o acusa de ter minado a autoridade e os valores, partilham entre si uma vontade intransigente de liquidar o movimento de Maio, denegando-lhe a dimensão de acontecimento, a sua actualidade intacta, em proveito de uma causalidade de carácter retrospectivo muito contestável. Embalsamadores de esquerda e coveiros de direita do Maio de 68 trabalham assim ombro a ombro para substituir a irrupção possível do comum pela impotência colectiva.
François Cusset, que ensina história intelectual em Sciences-Po-Paris e na Universidade de Columbia em França, é autor de Queer Critics, Frenche Theory e La Décennie. Em Maio de 2008 publica na editora Actes Sud um panfleto contras as mentiras históricas sobre 68, L'avenir d'une irruption.