sábado, 12 de maio de 2007

A resistência à Ditadura Militar e a fuga de Aquilino

Acaba de ser publicado um inédito de Aquilino Ribeiro (1895-1963) onde este conclui o relato da sua fuga do presídio do Fontelo para França.
O texto alude à fase inicial de combate democrático à Ditadura Militar, 1927/8, incluindo as movimentações e conspirações republicanas em que o escritor beirão tomou parte activa.
Este relato é uma parte da sua autobiografia nunca publicada, Tempos do meu tempo, embora esta e outra fuga política do cárcere, em 1908, venham referidas nos seus livros O arcanjo negro (1947) e Um escritor confessa-se (memórias), obra póstuma, de 1974 (vd. excerto aqui). Jorge Reis recolheu os escritos do exílio parisiense de Aquilino em Páginas do Exílio. Cartas e crónicas de Paris (1988).
O relato agora publicado pelos Cadernos Aquilinianos é a continuação dum outro artigo editado no seu n.º 3, de 1995. Esta revista é editada em Viseu pelo Centro de Estudos Aquilino Ribeiro.
Mais informações na notícia "Aquilino inédito" (O Primeiro de Janeiro, 12/V).
O seu espólio particular, composto por 138 cxs., está depositado na BN (vd. aqui).
PS: em 2006 a RTP produziu uma série baseada no romance Quando os lobos uivam (vd. aqui), obra de 1958 na qual Aquilino ficciona a resistência campesina e que custaria ao autor a proibição do livro bem como uma inaudita perseguição política e judicial (este caso é relatado no ensaio Em defesa de Aquilino, de Alfredo Caldeira e Diana Andringa, bem como em "Aquilino Ribeiro e a justiça", de Martinho da Silva); tb. recentemente a Fundação Aquilino Ribeiro editou o Catálogo da Biblioteca de Aquilino Ribeiro.
Na imagem, o grupo fundador da revista Seara Nova (da esq.ª para a dir.ª): Teixeira de Vasconcelos, Raul Proença e Câmara Reis; sentados: Jaime Cortesão, Aquilino Ribeiro e Raul Brandão (Coimbra, IV/1921). Jaime Cortesão acompanhará Aquilino no exílio, onde se envolverão em organizações de resistência à ditadura.

Sem comentários: