quinta-feira, 8 de fevereiro de 2007

Hélder da Assunção Costa in memoriam (1927-2007)

O operário antifascista Hélder Costa faleceu recentemente. Armando Teixeira, do Não Apaguem a Memória!, evocou a sua vida e exemplo em texto publicado no jornal da terra de ambos, o Barreiroweb. Tomamos a liberdade de aqui publicar o trecho inicial.
"Homenagem a Hélder da Assunção Costa
A morte do nosso amigo e camarada Hélder Costa, despedaçou-nos o coração. Significa uma perda enorme para o Barreiro de gente honrada e séria, de que fez da coragem da resistência ao salazarismo e às estruturas e regime fascista, a bandeira de uma vida de luta, sacrifício e exílio, sempre norteada pela integridade de carácter e de princípios, e pela modéstia de uma enorme envergadura intelectual.
Hélder Costa foi um trabalhador honesto, democrata e sonhador pela liberdade na terra que o viu nascer em 1927, na zona do Largo Rompana, no Barreiro Velho. Filho de pai operário preso e violentado nas extraordinárias greves de 1943, ainda adolescente correu pelas ruas do Barreiro ocupado militarmente, entre selváticos espancamentos e prisões arbitrárias, para levar o almoço ao progenitor, detido com centenas de outros barreirenses nos armazéns do Teodoro Rúbio, por detrás da Bonfim, pelo «crime nefando» de terem feito greve e protestaram na vila, contra os salários de miséria e a falta de géneros alimentares, nas grandiosas «marchas da fome».
Hélder Costa ganhou nas ruas do Barreiro, a consciência da injustiça e da força brutal – a mando do próprio Salazar, perante as reticências do ministro do Interior, que tinha receio de tamanho complexo industrial!.. - de um regime terrorista que mais tarde, por ser activista do MUD Juvenil e do MUD (Movimento de Unidade Democrática) o haveria de encarcerar durante quase seis meses, sem culpa formada e sem motivos, porque valentemente assumiu na polícia politica que lutar pela liberdade e pela democracia não é crime!"

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