domingo, 11 de fevereiro de 2007

Para que a memória não se apague


“Vítimas de Salazar”, um volumoso trabalho de registo histórico feito por três historiadores, João Madeira, Irene Pimentel e Luís Farinha, editado pela Esfera dos Livros, foi lançado na passada quarta-feira, dia 7, no lugar altamente simbólico do antigo “tribunal plenário”, na Boa-Hora. Foi apresentado pelo antigo presidente da República, Mário Soares e pelo prefaciador da obra, o catedrático Fernando Rosas. Recorde-se que no 6 de Dezembro do ano passado, por iniciativa do Movimento, foi neste local descerrada uma lápide “à dignidade dos homens e das mulheres aqui julgados por se terem oposto ao regime da ditadura”. [Foto de Álvaro Fernandes: João Madeira, coordenador da obra, resume o que foi a realização da obra; Luís Farinha e Irene Pimentel, os outros co-autores, são os primeiros, a contar da direita]
Na sua intervenção – e recorrendo aqui ao relato o jornalista José Pedro Castanheira (cf Expresso on line de 8/2/07) –, Mário Soares realçou a importância de se proceder ao julgamento histórico do fascismo, considerando que esse é e foi o melhor método para “exautorar a moralidade e o crédito do regime salazarista”. Fernando Rosas apontou o seu protesto para uma certa suavidade de costumes que trata o passado sem distinções éticas, metendo vítimas e carrascos na mesma esmaecida fotografia. É o processo de “banalização do regime salazarista”, contra o qual se insurgiu e cuja denúncia pública e política, defendeu, continua actual.

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