segunda-feira, 3 de setembro de 2007
Portugal e a 2ª Guerra Mundial
A 1 de Setembro de 1939, as Forças Armadas Alemãs deram início à invasão da Polónia, também conhecida como Operação Fall Weiss, marcando o início da Segunda Guerra Mundial.
A invasão culminaria no domínio completo do país a 6 de Outubro do mesmo ano. A operação foi iniciada como resposta a um suposto ataque polaco a uma estação de rádio, o que depois foi comprovado como um ardil dos nazis para justificar a invasão. Durante a operação, a 17 de Setembro, a União Soviética, seguindo uma cláusula secreta do Pacto Molotov-Ribbentrop, também declarou guerra à Polónia e deu início à invasão da parte leste do país. A 3 de Setembro, em resposta às hostilidades, a França e o Reino Unido, seguidos pelo Canadá, Nova Zelândia e Austrália, entre outros, declararam guerra contra a Alemanha nazi.
Da Wikipédia
Começava a II Guerra Mundial e todos os horrores que se seguiram.
No dia 2, o Governo de Salazar emitia o seguinte comunicado:
«Apesar dos incansáveis esforços de eminentes chefes de governo e da intervenção directa dos chefes de muitas nações, eis que a paz não pôde ser mantida e a Europa mergulhada, de novo em dolorosa catástrofe. Embora se trate de teatro de guerra longínquo, o facto de irem defrontar-se na luta algumas das maiores nações do nosso continente - nações amigas e uma delas aliada - é suficiente para o grande relevo do acontecimento e para que dele se esperem as mais graves consequências: Não só se lhe não pode ficar estranho pelo sentir, como há-de ser impossível evitar as mais duras repercussões na vida de todos os povos.
Felizmente, os deveres da nossa aliança com a Inglaterra, que não queremos eximirmos a confirmar em momento tão grave, não nos obrigam a abandonar nesta emergência a situação de neutralidade.
O governo considerará como o mais alto serviço ou a maior graça da Providência poder manter a paz para o povo português, e espera que nem os interesses do país, nem a sua dignidade, nem as suas obrigações lhe imponham comprometê-la.
Mas a paz não poderá ser para ninguém desinteresse ou descuidada indiferença. Não está no poder de homem algum subtrair-se e à Nação às dolorosas consequências de guerra duradoura e extensa. Tendo a consciência de que aumentaram muito os seus trabalhos e responsabilidades, o Governo espera que a Nação com ele colabore na resolução das maiores dificuldades e aceite da melhor forma os sacrifícios que se tornarem necessários e se procurará distribuir com equidade possível.
A todos se impõe viver a sua vida, mas agora com mais calma, trabalho sério, a maior disciplina e união; nem recriminações estéreis nem vãs lamentações, porque em muito ou pouco fique prejudicada a obra de renascimento a que metemos ombros. Diante de tão grandes males, faz-se mister ânimo forte para enfrentar as dificuldades: e da prova que ora derem, sairá ainda maior a Nação.»
O Governo
Fonte: "Jornal de Notícias", edição de 2 de Setembro de 1939
Portugal na Guerra
Oficialmente Portugal declarou, em 1939, a neutralidade, apesar da Aliança Luso-Britânica de 1373, sendo mantido o estado de neutralidade até ao final das hostilidades.
O Estado Português, em Março de 1939, assina um Tratado de Amizade e Não Agressão com a Espanha nacionalista, representada pela Junta de Burgos e pelo Nuevo Estado dirigido por Franco, recusando o convite do embaixador italiano, em Abril do mesmo ano, para aderir ao Pacto Anti-Komintern, aliança da Alemanha, Itália e Japão contra a "ameaça comunista".
Em Agosto de 1939, a Grã-Bretanha assina um acordo de cooperação militar com Portugal, aceitando apoiar directamente o esforço de rearmamento e modernização das forças armadas portuguesas. Todavia, o acordo só começará a ser cumprido a partir de Setembro de 1943.
No dia 29 de Junho de 1940, Espanha e Portugal assinam um protocolo adicional ao Tratado de Amizade e Não Agressão.
Em 1941, o Japão invade Timor-Leste, e ocupa as ilhas de Lapa, São João e Montanha pertencentes à República da China e divide a administração com o Governo Português de Macau.
Com o virar da guerra, Portugal assina um Acordo Luso-Britânico, em Agosto de 1943, concedendo à Grã-Bretanha, a base das Lajes nos Açores, e em 1944 aos Estados Unidos.
No final da guerra, o governo de Salazar decretou luto oficial de três dias pela morte de Hitler aquando da sua morte, em 1945, tendo iniciado então uma série de reformas políticas de fachada após a derrota das ditaduras, para se manter no poder.
Em Portugal, a repressão anti-fascista continuou como dantes.
A esperança que a derrota nazi-fascista trouxe aos portugueses saldou-se por mais 30 anos de ditadura e sofrimento.
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