Em Berlim, próximo da Porta de Brandeburgo, foi construído entre 2003 e 2005 um monumento radical à memória dos judeus da Europa assassinados, baseado nos planos do arquitecto Peter Eisenman. O monumento, que abdica de qualquer simbolismo, é composto por 2.711 estelas de betão e está estruturado em grelha. O visitante pode percorrê-lo a pé, segundo o seu critério aleatório e pessoal, a qualquer hora do dia ou da noite. Por baixo do monumento, que ocupa toda uma praça, encontra-se um centro de informação subterrâneo, concebido por Dagmar von Wilcken.
A visita ao centro de informação tem início num corredor onde se apresenta uma cronologia da política de perseguição nacional-socialista entre 1939 e 1945, não só aos judeus mas também a outros grupos de vítimas. Sucedem-se 4 salas: a sala das dimensões, que acolhe 15 testemunhos auto-biográficos escritos por mulheres e homens judeus durante a perseguição (o registo individual é complementado por uma linha contínua que menciona o número de vítimas nos países europeus mais afectados); a sala das famílias, que apresenta diversos ambientes sociais, nacionais, culturais e religiosos, com base no destino de 15 famílias judias que viveram na Europa antes do Holocausto; a sala dos nomes, onde se ouve em registo audio os nomes e breves biografias de judeus assassinados e desaparecidos, originários de toda a Europa (simultaneamente são projectados o nome, o ano de nascimento e o ano da morte das vítimas nas quatro paredes da sala); e a sala dos lugares, que remete para a extensão geográfica do assassinato dos judeus (através de filmes e fotografias são mostrados, a título de exemplo, 200 lugares de perseguição e extermínio dos judeus e de outros grupos de vítimas). A visita ao centro de informação termina no portal dos locais de memória. Aí podemos obter informação sobre ocorrências actuais em locais históricos e sobre instituições de pesquisa em toda a Europa.
As visitas são gratuitas.
Horário: 3ª feira a domingo das 10 às 20 h. Encerrado nos dias 1 de Janeiro, 24 a 26 de Dezembro e 31 de Dezembro.
O movimento cívico Não apaguem a Memória! tem neste centro de informação um óptimo exemplo de como construir, de forma inteligente e complexa, representações da memória, em contexto museológico.
1 comentário:
Bravo pelo conselho, seria interessante tentar estabelecer contacto com coordenação do espaço de Berlim e através deles saber qual é a sua estrutura organizativa. Abraços do A. Melo
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