quinta-feira, 7 de junho de 2007

O Estado Novo e a Memória do Neo-Realismo segundo Eduardo Lourenço

Emília Cerqueira chamou-nos a atenção sobre uma entrevista de Eduardo Lourenço na Pública (suplemento do Jornal Público) de 13 de Maio.

Lembramos a biografia desse grande pensador português:



"Eduardo Lourenço (São Pedro de Rio Seco, 23 de Maio de 1923) é um ensaísta, professor universitário, filósofo e intelectual português.
Oriundo de uma pequena aldeia e de uma família conservadora, estudou no Colégio Militar em Lisboa. Encontra em Coimbra um ambiente mais aberto e propício a uma reflexão cultural que sempre haveria de prosseguir. Licenciado em Ciências Histórico-Filosóficas (1946), permaneceu na Universidade de Coimbra como assistente de Filosofia, entre 1947 e 1953. É nesse período que publica o primeiro livro Heterodoxia (1949). Foi professor de Cultura Portuguesa entre 1954 e 1955 na Alemanha (em Hamburgo e Heidelberg), exercendo depois a mesma actividade na Universidade de Montpellier (1956-58). Após um ano passado na Bahia ensinando Filosofia, viveu, a partir de 1960, em França, leccionando nas Universidades de Grenoble (até 1965) e de Nice (1965-1987).
Influenciado pela leitura de Husserl, Kierkegaard, Nietzsche, Heidegger, Sartre ou pelo conhecimento das obras de Dostoievski, Franz Kafka ou Albert Camus, foi associado de um certo modo ao existencialismo, sobretudo por volta dos anos cinquenta, altura em que colaborou na Árvore e se tornou amigo de Vergílio Ferreira. Nunca se deixou enfeudar, todavia, a qualquer escola de pensamento, já que, embora favorável a ideias de esquerda, nunca abandonou uma atitude crítica perante essa esquerda.
Com uma clara autoridade moral, foi-lhe atribuída a Ordem de Santiago da Espada em 1981, o Prémio Europeu de Ensaio Charles Veillon (concedido em 1988 por ocasião da sua obra Nós e a Europa ou as Duas Razões) no ano em que foi colocado em Roma como adido cultural português.
Crítico e ensaísta literário, virado predominantemente para a poesia, assinou ensaios polémicos como Presença ou a Contra-Revolução do Modernismo Português? n' O Comércio do Porto (1960) ou um particular estudo sobre o neo-realismo intitulado Sentido e Forma da Poesia Neo-Realista (1968). Aproximou-se da modernidade, da obra de Fernando Pessoa, a propósito da qual deu à estampa o volume Pessoa Revisitado (1973), ou Fernando Rei da Nossa Baviera (1986). Indiferente à sucessão de correntes teóricas, e fugindo tanto ao historicismo como a pretensas análises objectivas, a perspectiva de Lourenço influenciou já outros autores, como por exemplo Eduardo Prado Coelho e encontra-se enunciada num livro central, Tempo e Poesia (1974).
Em 1996 recebe o Prémio Camões e em 2001 o Prémio Vergílio Ferreira da Universidade de Évora.
Intérprete maior das questões da cultura portuguesa e universal, Eduardo Lourenço é tido como um dos mais prestigiados intelectuais europeus." (da Wikipédia) .

Pelo interesse que tem, aqui fica o link para essa entrevista fundamental:

  • Retrato de um pensador errante
    Luís Miguel Queirós (texto) e Nelson Garrido (fotos)
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