quarta-feira, 31 de janeiro de 2007

A Grande Maçã podre de Portugal: amnésia selectiva ou oportunismo comercial?

A programação televisiva nunca me interessou por aí além. E desde que tenho internet em casa, o televisor está quase sempre desligado. Porém, através do jornal e de alguns amigos, fiquei a saber do concurso "Os Grandes Portugueses" (RTP1). Nos últimos dias, fui confrontada com o impressionante score do ditador António de Oliveira Salazar. Ora, como cidadã e membro do movimento Não Apaguem a Memória! sinto-me no direito e no dever de lembrar os interesseiros e os amnésicos selectivos que Salazar foi o cabecilha de um regime opressivo e obscurantista que disseminou o medo por toda a sociedade portuguesa, utilizou o Estado para perseguir e destruir a vida de cidadãos que lutavam pela democracia e pela liberdade, apoiado por uma polícia política brutal, por uma censura ignorante e mesquinha, por uma ideologia ultra-nacionalista e colonialista, e envolveu o país numa longa e absurda guerra em Angola, Guiné e Moçambique. O "equilíbrio" das finanças e a "ordem nas ruas" foram os 'feitos' impingidos pela sua propaganda política. Resta acrescentar que o primeiro foi conseguido à custa da ausência de uma justa redistribuição da riqueza; e o segundo, à custa da atemorização, da violência e da arbitrariedade. Convém não esquecer! Nós não esquecemos.
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Imagem: capa da Time, 22.07.1946. [NB: devido ao artigo de capa, "Portugal: até que ponto o melhor é mau?", a revista norte-americana foi por cá proibida durante 6 anos e o seu autor expulso do país]

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