CALABOUÇO
I
Aqui
onde nem um pide nos ouve
a gritar no dialecto nacional dos oprimidos
os mais fantásticos sonhos
construímos
com o invisível material da esperança
a realidade universal dentro
do povo lá fora!
II
Pátria:
Por causa de nos os dois
o único alguém a cheirar o cheiro
do seu próprio medo
é o carcereiro.
Pátria:
o nosso próprio receio
leva-nos ao cúmulo da fúria
mas ao carcereiro o próprio medo
fabrica para toda a polícia
o auge do desespero.
José Craveirinha (1966), publicado em Cela 1, Lisboa, Ed. 70, 1980.
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